No primeiro bilhão dos chás, a Leão abocanha a metade

CEO Chá Leão - Leão Alimentos e Bebidas

Lançamentos com pegada funcional já respondem por quase 60% das vendas da companhia, JV da Coca-Cola e seus distribuidores

O mercado de chás por infusão chegou ao seu primeiro bilhão de reais em vendas anuais no Brasil. Com um tíquete médio baixo e um consumo per capita ainda pequeno quando comparado ao café, a cifra é um marco no segmento.

Conforme os dados da Nielsen, metade da receita e 60% do volume vêm da centenária Leão, a joint venture da Coca-Cola e distribuidores no país – o que significa que as estratégias da companhia praticamente definem a direção do mercado. E o que a Leão tem feito para acelerar esse negócio de R$ 500 milhões é investir em lançamentos que coloquem o chá em novos canais de acesso ao consumidor e em outros momentos de consumo.

Segundo o CEO da Leão, Marcelo Correa, produtos com foco em saudabilidade e funcionalidade já representam quase 60% das vendas. Nessa aposta, a companhia acaba de lançar uma nova linha, batizada de Fases, que é voltada ao público feminino – um exemplo de como a empresa vem explorando as possibilidades dentro de perfis e nichos específicos.

A linha nova traz combinações de frutas e minerais que prometem aliviar sintomas e efeitos durante a TPM, a menstruação, a amamentação e a menopausa. É um trunfo da Leão para expandir suas vendas no canal de farmácias, onde tinha avançado no ano passado com uma linha de chás vitamínicos.

“A agenda de inovação nos últimos anos foi acelerada. Continuamos com as linhas de ervas básicas, mas focamos na ampliação de sabores e funcionalidades, ao mesmo tempo em que melhoramos nossa distribuição para estar em mais pontos de vendas”, diz Correa, que tem coordenado ao menos um lançamento por ano. O portfólio, hoje com 60 SKUs, vai de chá gelado a chá para crianças.

Em cinco anos, a companhia praticamente dobrou a rede, hoje com 180 mil pontos de venda. Além das farmácias, a Leão começou a vender em marketplaces e em e-commerce próprio. Em fevereiro e março deste ano, a Leão conseguiu bater 55% de share em receita no mercado brasileiro e 67% de participação em volume, dois marcos históricos para a companhia. Em 2019, essa fatia era em torno de 45% e o salto demandou uma expansão de 30% em capacidade de produção, nas duas unidades no Paraná.

“O consumo de chá não depende da sazonalidade, ou o brasileiro pouco beberia café. É muito mais sobre disponibilidade do produto, democratização e atualizações”, avalia o CEO. “A categoria tem um mercado promissor comparado a outras bebidas, pois ainda é incipiente, com grandes possibilidades de desenvolvimento de produtos, canais e momentos de consumo.”

Há 10 anos, o consumo per capita no Brasil não chegava a 9 xícaras por ano, o que agora está mais perto de 20, segundo a Euromonitor. Ainda ínfimo perto de países como Catar e China ou a imbatível Turquia, onde chega a 1,5 mil xícaras/ano.

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